Falta de áreas na capital leva imobiliárias para municípios vizinhos, onde os preços dos lotes disparam
Sônia Ferreira
A escassez de áreas para novos loteamentos em Goiânia está levando as imobiliárias a implantarem os emprendimentos em cidades do Entorno da capital, como Goianira, Abadia de Goiás, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e Trindade. Com isso, o preço do metro quadrado dos lotes em algumas dessas cidades já está acima da média do Estado, de R$ 98,63. Em Goiânia, o valor médio do metro quadrado é de R$ 166,43 (veja quadro).
É o que mostra pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Goiás (Creci-GO), divulgada ontem. Segundo o presidente da entidade, Oscar Hugo Monteiro Guimarães, desde 2007 foram lançados em Goiânia apenas três novos loteamentos, com um total de 1.133 unidades. Tudo o que é ofertado é vendido, imediatamente , constata.
Ele afirma que essa escassez de áreas para expansão urbana, que está puxando o preço da terra para cima, e as exigências do poder público têm inibido a oferta de novos loteamentos na capital. Com isso, os lançamentos têm migrado para as cidades da região metropolitana, que também já estão com os preços em alta.
Em alta
Depois de Goiânia, onde o metro quadrado de área em loteamento custa, em média, R$ 166,43, Rio Verde é a cidade onde o lote é mais caro: R$ 141,91, seguido de Goianira (R$ 138,77) e Abadia de Goiás (R$ 130,25).
Trindade é a cidade onde mais tem oferta de lotes , um total de 3.486, seguido de Goianira (1.696) e Goianésia (1.313). Mas é em Catalão onde estão os loteamentos mais completos. Ou seja, com toda a infraestrutura básica como arruamento, energia, iluminação pública e redes de água e de esgoto, além de asfalto, seguindo as normas da prefeitura local .
Itaberaí é onde estão os loteamentos mais carentes de infraestrutura completa. Têm apenas arruamento, energia e iluminação pública.
Em Goiânia, 75,9% dos lotes em oferta, ou seja, 860 áreas, contam com arruamento, energia, iluminação pública, rede de água e asfalto. Porém, falta rede de esgoto para ser completo em infraestrutura básica.
Segundo Oscar Hugo, os lotes são mais caros justamente nos loteamentos com mais infraestrutura. Essas obras básicas têm um custo elevado, mas garantem o crescimento da cidade de forma mais ordenada , observa o presidente do Creci-GO.
O levantamento sobre o preço do metro quadrado de lotes foi realizado em 14 municípios, envolvendo 15.228 lotes dentro de áreas específicas de loteamentos, com o mínimo de infraestrutura, como arruamento, energia e iluminação pública. Os empreendimentos avaliados na pesquisa foram aprovados pelas prefeituras locais e contam com registro nos cartórios.
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