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13/04/2010
Nascida junto com Brasília, Jussara foi batizada pelo por Juscelino Kubitschek e virou notícia
Cinco dias depois que a cidade se fez, uma menina morena, de bochechas bem definidas, olhos oblíquos e cabelos da cor da noite se apresentou ao novo mundo. Foi a primeira a ser registrada no Cartório do 2º Ofício de Registro Civil e de Casamentos, Registro nº 1, da Folha 1 do Livro 1. Jussara Maria Oliveira Santos completa 50 anos em 26 de abril de 1960.

A vida de Jussara guarda o registro histórico do nascimento de uma cidade. A mãe, Maria de Lourdes, deu à luz a caçula no Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO), o primeiro da nova capital, de madeira, que hoje abriga o Museu Vivo da Memória Candanga, na entrada do Núcleo Bandeirante. A garota foi batizada na Igrejinha. Os padrinhos: Juscelino e dona Sarah - daí o nome Jus-sara.

A primeira brasiliense registrada na capital federal estudou na Escola Classe 305 Sul, brincou no Parque Ana Lídia quando ele ainda nem tinha esse nome, passou a infância entre o Núcleo Bandeirante, Taguatinga e o Plano Piloto e, apesar do orgulho que diz sentir por ser uma "verdadeira candanga", esconde-se numa lacônica timidez.

O pai dela, Péricles de Oliveira Santos, era comerciante no tempo da construção de Brasília. A mãe, Maria de Lourdes Anjos de Oliveira, cuidava dos seis filhos. Péricles morreu em 1966, em acidente de trânsito. A filha mais nova guardou dele apenas uma lembrança: a do sepultamento. Mas a quase mudez de Jussara a impede de ir adiante na remota lembrança da orfandade. Maria de Lourdes morreu em 1980.

A menina do Registro nº 1 foi batizada com 1 ano e 4 meses. Tudo porque o pai dela decidiu esperar por um dia livre na agenda do então candidato a senador por Goiás Juscelino Kubitschek. Foram 16 meses de tentativas de conseguir uma brecha na agenda do fundador de Brasília. Juscelino deixou o cargo em janeiro de 1961, sem ter tido tempo para batizar Jussara. Depois que entregou o posto a Jânio Quadros, viajou para a Europa e somente na volta, perto das eleições parlamentares de 1961, pôde cumprir o pedido do pai de Jussara. Fazia sete meses que JK havia deixado a Presidência da República quando batizou a menina, mais uma de uma série de afilhados que deixou na capital do país.

Repercussão internacional

O fundador da nova capital, que sonhava voltar à Presidência nas eleições de 1965, aceitou batizar a brasiliense e mandou avisar os jornalistas. O batizado, em 7 de agosto de 1961, virou notícia - até uma rede de televisão italiana estava lá. A foto publicada na revista O Cruzeiro mostra uma garotinha gorducha no colo de uma senhora vestida com a elegância dos anos 50. Era dona Maria do Rosário Menezes Duarte, tia de Jussara. Juscelino está ao lado, com a expressão contrita, segurando um candelabro. Dona Rosário mora em Goiânia. Está com 83 anos e já havia se esquecido desse dia. "Minha filha, Rosa, que mora no Canadá, foi quem me lembrou esses dias dessa história. E eu gosto tanto de Juscelino que tenho uma foto dele na minha casa, mas eu não me lembrava mais do batizado da Jussara."

Segundo diz o texto da revista, Jussara só chorou quando se assustou com o flash da máquina fotográfica. Jussara conta que esteve com o padrinho uma única vez, depois do batizado. Ela era aluna do Colégio Santo Antônio quando JK fez uma visita à escola e foi informado de que uma das alunas era sua afilhada. Recebeu um beijo e um abraço do fundador de Brasília. Jussara conta que dona Sarah não pôde comparecer ao batizado, daí a tia ter sido chamada às pressas para substituir a primeira-dama na cerimônia.

Desde então, a cada aniversário de Brasília, Jussara virava notícia. Ao longo dos anos, a brasiliense nº 1 ressoava um mesmo lamento: o de não ter conseguido um lote, o de morar de aluguel, o de estar desempregada. Mas, ao mesmo tempo, tem um orgulho: "Me sinto parte da história da cidade". Jussara sabe que guarda um trunfo para apresentar aos novos amigos. O de contar a eles que ela é a brasiliense nº 1 e que é afilhada de Juscelino. "Quando conto, as pessoas sempre querem saber mais. Dizem: "tenho uma amiga importante"".

Orgulho

Os quatro filhos e os quatro netos de Jussara, todos brasilienses, também usufruem da herança histórica. Pablo, o filho mais velho, conta que, desde menino, na Escola Classe ou debaixo do bloco, marcava seu lugar no mundo: "Minha mãe é a cidadã nº 1 de Brasília. Tem o registro Número 1 da Folha nº 1 do Livro nº 1". Pablo decorou o mantra que o inseria no ambiente e até hoje o repete entre os novos amigos adultos. "Nossa, você tem mãe famosa!" é o que habitualmente ouve.

Jussara tem saudade da Brasília que não existe mais. Das vias com pouco movimento, da tranquilidade da capital moderna e ao mesmo tempo interiorana. "A cidade cresceu mais do que a gente esperava, hoje a gente tem medo de andar na rua." Ainda assim, a brasiliense nº 1 se orgulha de saber que seus netos brincam no mesmo parque em que ela brincou e seus filhos também brincaram, o Ana Lídia. O filho mais velho, Pablo, deixou o Plano Piloto para morar em Águas Claras e até hoje não se acostumou com a ausência da arborização generosa da qual se lembra quando morava nas superquadras. "Sinto falta até das cigarras", diz o filho da "Cidadã nº 1", como ele repete, desde garoto. A mãe silenciosa já não lamenta as dificuldades da vida. Aprendeu que fazer parte da história da cidade onde nasceu já está de bom tamanho. "É muito bom", diz, com um quase sorriso.

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