Estudo traz simulações de quedas de preços e seus respectivos impactos nos resultados financeiros dos bancos nacionais
Em meio às críticas acerca dos preços altos dos imóveis no Brasil, o Banco Central (BC) preparou estudo inédito que garante não existir qualquer sinal de bolha imobiliária no país. O material traz uma série de simulações de quedas de preços e seus respectivos impactos nos resultados financeiros dos bancos nacionais.
Mesmo no pior cenário traçado, que prevê redução abrupta de 33% no valor dos imóveis residenciais em apenas um dia, nenhuma instituição bancária – incluída a Caixa Econômica Federal, líder no segmento – chegaria à falência.
O número máximo de queda, de 33%, não foi escolhido à toa. “Esse percentual foi o mesmo verificado na bolha do subprime dos Estados Unidos, mas lá essa deterioração nos preços dos imóveis ocorreu entre abril de 2006 e maio de 2009. Aqui, no nosso teste, eles caíram 33% em um dia”, disse o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles.
Meirelles garantiu: "Não há bolha imobiliária no Brasil, e posso dizer isso com certeza", disse. "Não tem elementos que possam caracterizar essa bolha. Aqui os preços não sobem sem justificativa econômica. Aqui a gente não tem subprime (títulos podres de hipotecas dos EUA). Não tem segunda hipoteca praticamente nenhuma residência, e mais de 90% dos imóveis são para moradia", enumerou.
O diretor do BC lembrou que, no estudo preparado, mesmo no pior cenário traçado, nenhum banco brasileiro ficaria desenquadrado das regras de Basiléia 3.
O acordo de Basiléia é um conjunto de regras bancárias que impõe percentuais mínimos de garantias às instituições financeiras. A terceira fase desse acordo internacional tem implementação prevista para o fim em 2019. "No Brasil, se as regras já valessem hoje, apenas quatro de 135 bancos precisariam aumentar o capital para se adequar a essas regras", disse Meirelles.
Fonte: Correio Braziliense
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