Os participantes pertencem a diferentes classes sociais e têm de 15 a 72 anos. Todos receberam gratuitamente os vestidos de noiva e de dama de honra, celebração religiosa, registro do casamento no cartório civil e decoração do ginásio. Se tivessem de pagar por isto desembolsariam cerca de R$ 800. Em 26 edições a entidade já uniu três mil casais.
A fundadora da entidade e organizadora do evento, Sofia Mistela dos Santos, 57, conta que a idéia de realizar o casamento comunitário surgiu em 1980, quando ela e o esposo distribuíam sopa no Setor Pedro Ludovico. “Uma criança viu a foto de uma noiva e me disse que a mãe dele não tinha uma igual. Descobri que era o sonho da família e improvisei um casamento para a mãe aqui na minha casa”, lembra.
Os vestidos de noiva e das damas de honra pertencem a Sofia – durante os outros dias do ano é da locação deles que ela tira a sua renda familiar. O número de participantes foi limitado a 200 devido à quantidade de vestidos disponíveis. Os casamentos serão realizados por dez pastores (a maioria dos participantes é evangélica) e por dois cartórios civis – ambos não cobraram pela cerimônia.
Sofia diz que é gratificante realizar o sonho dos casais. “É isso que me move”, ressalta. Ela já tentou parar de organizar o evento várias vezes, porém não consegue. “Espero que após minha morte alguém continue este trabalho, porque tem sempre alguém querendo casar”, conclui.
Misto de felicidade e ansiedade. É assim que a cabeleireira Suelene Barbosa de Sousa, 38, está às vésperas do seu casamento. Acostumada a arrumar noivas em seu salão, sempre teve o sonho de se casar usando um vestido de noiva; entretanto, o custo alto da roupa a impediu. “As meninas sonham em se casar, mas nunca é tarde para realizar um sonho, independente da idade”, diz com um sorriso.
Suelene foi convidada para ajudar no cerimonial, mas seu marido quis participar. “Mesmo morando junto há tanto tempo, agora fui pedida em casamento”, brinca. A cabeleireira tem dois filhos, de 3 e 16 anos, o mais novo, Marcos Vinícius, será seu pajen na cerimônia.
Fonte: Diário da Manhã - GO (25/09/2006)
*Foto ilustrativa
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