Quem compra um apartamento de R$ 100 mil, por exemplo, vai ter que gastar outros R$ 4,3 mil com taxas e impostos. Se a operação for intermediada por uma corretora, são mais R$ 5 mil, considerando a omissão mínima de 5% sugerida pelo Sindicato dos Corretores de Imóvel no Estado.
Se o apartamento estiver localizado em terreno de marinha serão gastos outros R$ 5 mil (também cerca de 5% sobre o valor do imóvel) e mais R$ 600 só com o despachante. Ou seja, além dos R$ 100 mil do imóvel, o comprador terá que desembolsar inicialmente outros R$ 14,9 mil.
Ciente dessas despesas, o casal Lilian Klein Hoffmann e Christian Vieira de Oliveira já planeja a poupança para a compra do futuro imóvel.
"Vamos juntar dinheiro durante um ano ou um ano e meio para comprar um apartamento. Minha sogra comprou um imóvel recentemente e pude ter uma idéia da quantidade de taxas e despesas. É muito grande. Além disso, teremos que ter uma reserva ainda maior porque não pretendemos financiar grande parte do apartamento. Como sou médica e ele arquiteto, prestamos serviço para muitas empresas e fica difícil comprovar a renda por meio de contra-cheque", conta Lilian.
O gerente de vendas da Adimóvel, Renato Ribeiro Machado, admite que a carga tributária é alta, mas lembra que ela está presente em todos os produtos.
"Infelizmente os impostos no Brasil são altos. O que pode ser observado desde as compras de supermercado até a aquisição de um carro. Acho que o mais caro é a taxa para terreno de marinha", diz Renato.
Financiamento. Uma alternativa, segundo o presidente da Associação dos Representantes de Bancos do Estado (Arbes), é custear os gastos com papelada por meio de empréstimo pessoal.
Quem não puder arcar com as despesas de aquisição da casa própria também pode optar por uma infinidade de linhas de crédito habitacional. No entanto, a presidente da Associação de Mutuários do Estado, Rose Mari Lico, sugere atenção para essa opção. "Não basta saber que as prestações cabem no bolso. É preciso verificar o valor das parcelas e multiplicar pelo prazo de pagamento. Assim o mutuário saberá o quanto vai pagar pelo imóvel", disse.
Prepare o bolso
Gastos envolvidos na compra de um imóvel
ITBI (Imposto de Transmissão de Bens e Imóveis)
Quanto custa: 2% calculado sobre o valor do imóvel
Onde paga: na prefeitura do município onde está localizado o imóvel
Lavratura da escritura
Quanto custa: 1,3% calculado sobre o valor do imóvel
Onde paga: Cartório de Notas
Registro do imóvel
Quanto custa: cerca de 1% calculado sobre valor do imóvel
Onde paga: no Cartório de Registro de Imóveis
Laudênio (só para terreno de marinha)
Quanto custa: cerca de 5% sobre o valor do imóvel
Onde paga: Receita Federal
Certidão de Ônus
Quanto custa: cerca de R$ 50
Onde paga: Cartório de Registro de Imóveis no município onde fica o imóvel
Certidão de incapacidade civil
Quanto custa: cerca de R$ 12
Onde paga: Cartório de Notas
Certidão da fazenda pública municipal
Quanto custa: é gratuito
Onde retira: na Internet, no site da prefeitura do município onde o imóvel está localizado
Certidão da fazenda pública estadual
Certidão da fazenda pública federal
Quanto custa: é gratuito
Onde retira: na Internet, no site www.receita.fazenda.gov.br
Despesas com corretagem (Opcional)
1- Cerca de 5% do valor de venda do imóvel fica com a corretora de imóveis que
intermediou a compra, mas geralmente ela não cobra para cuidar da papelada (o
cliente só paga as taxas)
2- Em caso de terreno de Marinha é cobrado uma taxa, de aproximadamente, R$ 600 para o despachante
3- Algumas corretoras cobram cerca de R$ 250 no caso de financiamento bancário, para cobrir visitas ao banco e demais despesas
A Gazeta - ES
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