Balanço feito no RJ mostra que 10% dos homens adotam sobrenome da mulher. Mudança de nome implica em mudança de documentação.
É no livro de registro civil, na frente do juiz de paz, que os noivos assinam os nomes de casados pela primeira vez. Há 20 anos, era automático, quase 100% das mulheres passavam a usar do sobrenome do marido depois do casamento, mas isso deixou de ser uma unanimidade.
Um levantamento feito nos cartórios de registro do Rio de Janeiro mostrou que mais de 50% das mulheres permanecem com o nome de solteira. O total de homens que passam a adotar o sobrenome da mulher, já chega a 10%.
Em três meses, 180 noivos trocaram de nome, no Rio. No estado de São Paulo, os 836 cartórios já registram que um em cada quatro homens que se casam adota o sobrenome da mulher.
Uma mudança de comportamento, mesmo com a tradição mantida. Gabriel e Melissa se casaram numa cerimônia judaica. Ela com o sobrenome dele e Gabriel acrescentou Roisemberg, o nome de Melissa, na sua assinatura.
Pra mim não tinha sentido casar e só a mulher ter a responsabilidade da troca de nome, que pra mim é muito significativa, então eu achava que, como o casamento é uma responsabilidade compartilhada, eu achava que também deveria trocar.
Foi uma honra o Gabriel querer, desejar, não só fazer parte da minha família, mas também carregar no nome dele e pra sempre, uma parte da minha família, comenta Melissa Roisenberg da Silva Marques, administradora.
Uma tendência que veio pra ficar, eu acho. Quanto mais for divulgada, mais os homens vão ficar à vontade em mudar o seu nome e vai ser uma coisa mais natural. E a gente não vai achar estranho quando o homem mudar de nome, comenta Priscila Soares Milhomem, registradora.
Mas os mais práticos alertam que mudança de nome não é só sinônimo de amor. O problema todo é que quando você muda o nome implica também na mudança de documentação. É uma coisa muito burocrática. Você tem que tirar o nome da carteira de identidade, tem que tirar o nome do título de eleitor, da carteira de motorista, do passaporte... Em suma, a burocracia envolta nisso é imensa. Eu aconselho sempre a quando se casar manter o nome de solteiro dos dois. Que é a coisa mais fácil. E torcer pra que fiquem casados pra sempre, comenta Luiz Octavio Costa Neves, advogado.
Fonte: Jornal Hoje
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