Algumas semanas depois, passada a comoção, ele me disse: “Na verdade, eu me acomodei. Achei que estava seguro e que a empresa precisava mais de mim do que eu dela. Rejeitei algumas propostas para mudar de cidade e ajudar no estabelecimento de uma nova filial. Protelei um curso de inglês que meu gerente queria que eu fizesse. Tirei férias nos dias em que novos equipamentos foram instalados foram instalados e perdi o treinamento sobre como operá-los. Sem ter me dado conta, comecei a falar mal da minha empresa (quem observou isso foi minha mulher) e a criticar as novas políticas de qualidade e produtividade. Dancei!”
A grande verdade é que o mundo mudou. Ninguém mais está seguro no emprego, a não ser que passe a merecer essa segurança, conquistando-a hora após hora, dia após dia. Não é mais a empresa ou o patrão que garante um emprego. É o mercado. Temos muitos concorrentes, com qualidade semelhante e preços similares. A concorrência está cada dia mais violenta. A globalização mudou o consumidor, que está mais exigente e cheio de direitos. As margens de rentabilidade das empresas caíram muito. O custo de uma folha de pagamento no Brasil é muito alto. Um funcionário chega a custar mais de 100% de seu salário a seu empregador. Funcionários acomodados, pouco comprometidos, que não caminham o quilômetro extra, que não querem participar, se envolver, estudar, aprender, poderão ser surpreendidos com um inesperado “convite” para deixar a empresa.
Faça uma reflexão e veja se você não tem a ilusão de ser mais importante para sua empresa do que seu emprego para você. Muitas vezes, nos acomodamos em um emprego e começamos a nos sentir seguro demais, sem nos darmos conta das mudanças pelas quais o mundo vem passando e de nossa necessidade de mudar com o mundo e com a nova realidade de um mercado cada vez mais competitivo.
Pense nisso. Sucesso!
Fonte: Revista TAM ano 03 nº 30 agosto de 2006
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